sexta-feira, 7 de novembro de 2008







Exposições

Locais e Datas

Colégio Batista Betânia
13.11.08

Escola Pequeno Príncipe
13.11.08

Igreja Batista Gravatá
30.11.08

Igreja Menonita do Janga
30.11.08

IECLB - GTA
23.11.08

Igreja Batista de Sotave
23.11.08

IPB - Bongi
01.12.08

Fórum Social Pilar
06 e 07. 08

IPI
13.12.08

II IPG
14.12.08

Anglicana do Brasil
14.02.09

IPB - Bongi
14.02.09

Igreja Batista do Monteiro
08.03.09

ACEV Patos
21 à 23 do 02.09

quinta-feira, 6 de novembro de 2008







V FÓRUM UNGASS AIDS BRASIL – CARTA DE SÃO PAULO

O Fórum UNGASS Brasil acompanha, desde 2003, a implementação das metas da Declaração de Compromissos assumidas pelo governo brasileiro na Sessão Especial da Assembléia Geral das Nações Unidas sobre AIDS – UNGASS[1]. A nossa quinta reunião nacional, realizada em 16 e 17 de maio de 2008, em São Paulo, teve como pauta o relatório-país enviado para o UNAIDS em 31 de janeiro de 2008. Sobre os resultados do V Fórum UNGASS AIDS Brasil, gostaríamos de compartilhar as seguintes observações:

Com a aproximação da Reunião de Alto Nível em HIV/AIDS (RAN)[2] evidencia-se uma conjuntura internacional que desconsidera a AIDS como agenda prioritária, mesmo que esta continue a ser uma emergência global sem precedentes, exigindo ações que promovam também o desenvolvimento econômico e social. Neste sentido, consideramos que a liderança regional do Brasil é essencial e estamos preocupados com a não-participação do Ministro da Saúde José Gomes Temporão na RAN, mesmo reconhecendo a importância da presença da Ministra Nilcéa Freire. Nos somamos aos esforços do Programa Nacional de DST/AIDS em promover a participação do Ministro da Saúde e, assim, mobilizar a presença de outras autoridades de primeiro escalão da América Latina no evento;
Valorizamos a parceria com a sociedade civil, que pela primeira vez, desde 2001, foi convidada a contribuir com a elaboração do relatório-país. Entretanto, ressaltamos o descumprimento de dois acordos importantes com as ONG e a Rede Nacional de Pessoas Vivendo com AIDS: a) o questionamento ao indicador n° 16, que não deveria ter sido respondido; b) a devolução do relatório em tempo hábil para apreciação da sociedade civil antes de seu envio ao UNAIDS. Atualmente o PN-DST/AIDS elabora o projeto para o Fundo Global de AIDS, Tuberculose e Malária, o qual, esperamos, seja devolvido à sociedade civil com tempo hábil para análise, conforme pactuado, antes de submetido ao Fundo Global[3];
Do conjunto de indicadores utilizados pelo UNAIDS para acompanhar as respostas nacionais, o Brasil não possui informações de base nacional em relação a 12 deles – 6, 7, 8, 9, 10, 12, 14, 18, 19, 20, 21 e 23. Preocupa-nos a carência de dados específicos sobre as populações nas quais se concentra a epidemia de AIDS. Apesar da menção de que muitas pesquisas estão em curso, consideramos que ainda é limitado o acesso aos seus resultados e à análise crítica dos mesmos;
Sobre “acesso universal”, o relatório não deixa claro se os critérios adotados foram sobre estimativa de HIV ou notificação de AIDS e diagnóstico tardio no contexto deste processo;
Sobre a “sustentabilidade da resposta nacional” [4], não é apresentado um panorama de fato, relacionam-se despesas e recursos alocados sem, entretanto, apresentar uma análise sobre o tema proposto. Aqui seria oportuna ênfase à necessidade de modificação na legislação de patentes no país e a adoção de medidas que permitam o estímulo à produção nacional, por exemplo;
Sobre a participação da sociedade civil destacamos o descumprimento, pelos gestores, das decisões do Conselho Nacional de Saúde (CNS). Citamos como exemplos: a) O CNS aprovou em 2005, por unanimidade, resolução determinando que o governo emitisse licenciamento compulsório dos mais caros medicamentos anti-Aids usados: o Kaletra (Abbott), o Nelfinavir (Merck) e o Tenofovir (Gilead). A resolução não foi acatada pelo Ministro da Saúde; b) na XIII Conferência Nacional de Saúde, o CNS se manifestou contrário à criação das Fundações Estatais de Direito Privado considerando a proposta inconstitucional, no entanto, gestores das três esferas de governo vêm descumprindo esta decisão. Assim, sugerimos para os próximos relatórios, um trabalho mais profundo que permita “qualificar” a participação da sociedade civil nos processos de construção das respostas ao HIV/AIDS e saúde, bem como inserir dados sobre a contrapartida deste segmento para o enfrentamento da epidemia. No Brasil, a existência de espaços de participação não é um indicador suficiente para apontar as complexidades do processo, especialmente nos Estados e Municípios;

Algumas experiências apontadas como exitosas no Relatório-país são ainda frágeis e incipientes. Entre as quais destacamos:

1. A baixa resolutividade das ações do Programa Saúde e Prevenção nas Escolas[5]; a inexistência de ações direcionadas a jovens vivendo com HIV/AIDS (JVHA), – o PN-DST/AIDS tem discutido diretrizes para uma política junto a JVHA desde o ano de 2003, quando realizou as oficinas macro-regionais pelo Brasil; o fato de a maioria das ações para jovens entre 13 a 19 anos serem desenvolvidas pela sociedade civil, com apoio do governo e agências internacionais, mas sem a orientação de política específica;
2. As dificuldades do MonitorAids não são apontadas claramente no relatório. Apesar da existência de diferentes sistemas de informação no país (SIS, SIA, SIAB, SIM, SINAN, SINASC, SIREX HIV...) consideramos um desafio a inexistência de um sistema integrado que permita cruzamento mais rápidos entre dados coletados;
3. Ao contrário do que diz o relatório, o Conselho Empresarial Nacional (CEN) não tem demonstrado eficácia na abordagem do preconceito e discriminação no local de trabalho; não elabora Programas nacionais para reinserção das pessoas vivendo com HIV/AIDS (PVHA) no mercado, tampouco combate situações de exclusão do emprego por “testagem compulsória” para o HIV; os programas de Prevenção no local de trabalho limitam-se a ações pontuais nas SIPAT. A assessoria jurídica do GAPA/SP, por exemplo, registra aproximadamente 12 novos casos trabalhistas por mês. Além disso empresas, usam sua filiação ao CEN para refutar na Justiça denúncias de demissão de PVHA;

Outro aspecto ausente do relatório é o fato que o Estado brasileiro também viola os direitos das PVHA e descumpre a legislação vigente, a exemplo de diversos concursos públicos no Brasil que ainda solicitam a sorologia para HIV[6][7]. O PN-DST/AIDS tem acessado tais denúncias, via relatos das Assessorias Jurídicas que financia, via mídia e reivindicação das próprias ONG[8];
O Movimento Nacional de Cidadãs Posithivas relatou dificuldades na grande maioria dos estados e municípios, relacionadas à: pequena oferta de insumos de prevenção, como preservativos – principalmente femininos– e lubrificantes; partos desumanizados, desrespeito aos direitos sexuais e direitos reprodutivos de mulheres e/ou gestantes soropositivas nos serviços de referência; desconhecimento da disponibilidade e do manejo da Profilaxia Pós Exposição ao HIV. Apontamos, ainda a inserção de forma fragmentada das mulheres que vivem com HIV e AIDS nas instâncias de controle social, principalmente no que diz respeito à elaboração estadual e municipal do Plano de Enfrentamento de Feminização da Epidemia de AIDS.

Assim, solicitamos uma reunião com o PN-DST/AIDS, a ser realizada o mais brevemente possível, com representantes da RNP+, do MNCP, da CNAIDS, do Conselho Nacional de Saúde e do Fórum UNGASS Brasil para, a partir do Relatório-país, discutirmos conjuntamente as prioridades para o período 2008-2010 das metas UNGASS AIDS no Brasil.

Solidariamente,
Alessandra Nilo
GESTOS-PE
Américo Nunes
InstitutoVida Nova
Ana Cristina Carvalho de Oliveira
Associação de Luta pela Vida
Antonio José Barbosa Figueiró Junior
RNP+ MA
Áurea Celeste da Silva Abbade
GAPA-BR/SP
Fábio Pereira Neto
RNP+C – Curitiba/PR
Fátima Baião
GAPA-BR/SP
Francisco Nery Vasconcelos Furtado
Katiró – Núcleo Diversidade Sexual
Francisco Rodrigues dos Santos
Gapa-PA
Gladys Almeida
Gapa-Bahia
Jair Brandão de Moura Filho
GESTOS-PE
Janet Alves da Silva
Associação Agá &Vida
Jenice Pizão
Movimento Nacional das Cidadãs PositHIVas
Joel Valentim de Alencar
Solidariedade e Vida
José Carlos Veloso
Gapa-BR/SP – GT UNAIDS
José Marcos de Oliveira
RNP+ /Movimento AIDS /
Conselho Nacional de Saúde
José Reginaldo Mesquita da Silva
RNP+Tocantins
Laurinha de Souza Brelaz
RNP+ Rede Amizade e Solidariedade as Pessoas com HIV/Aids
Luiz Souza Morais
RNP+Piauí
Luizabeth de Araújo Amorim
Fórum de Mulheres de Pernambuco
Márcia Nogueira Ribas
Gapa-DF
Miriam Fialho da Silva
Casa Herbert de Souza
Moysés Longuinho Toniolo de Souza
RNP+BA / CNAIDS
Oswaldo Braga Junior
MGM / CNAIDS
Patrícia Werlang
GAPA – RS
Paulo Giacomini
RNP+Sampa / GT UNAIDS
Rodrigo de Souza Pinheiro
Fórum ONG AIDS do Estado de São Paulo
Vitor Albuquerque Buriti
Missão Nova Esperança
Wendel Alencar de Oliveira
RNP+ Nordeste / Colegiado Nacional da RNP+
São Paulo, maio de 2008.
[1] http://www.unaids.org/en/AboutUNAIDS/Goals/UNGASS/default.asp
[2] 9-11 de Junho/Nações Unidas - NY – http://www.unaids.org/Services/events/event.aspx?EventID=1033&displaylang=en&y=2008&m=5
[3] Na 1ª Assembléia Extraordinária do MCP/FG a ser realizada no dia 30 de maio de 2008 em Brasília.
[4]Pág. 64
[5] Págs. 43 e 44
[6] Em 12/05/ 2008 o Jornal de Brasília trouxe denúncia sobre a exigência de exame de HIV de aprovados em concurso para professores para ingresso na corporação do Exército. Segundo a reportagem, a denúncia foi feita pelo jornal no dia 08 de abril e, no dia 10, a Seção de Imprensa do Centro de Comunicação Social do Exército (Ccomsex) informou que o exame não mais seria exigido. Uma deputada distrital e uma ONG entraram com representação na Procuradoria Geral da República. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) manifestou em nota que “a exigência do exame de HIV no concurso é claramente ilegal por ser discriminatória”. Apesar disso, a exigência continuou no edital.
[7] Em 20 de abril de 2006, a Gestos encaminhou denúncia ao Ministério Público de Olinda, informando e pedindo providências contra a conduta discriminatória e excludente daquela prefeitura por ter lançado edital de concurso para o preenchimento de cargos do seu quadro de pessoal no dia 30 de março de 2006, autorizado pelo decreto nº 325/2005, na qual etapa obrigatória e eliminatória no item 9 (dos exames de saúde e aptidão física) obrigava os candidatos a realizarem testes de sífilis, doença de chagas, hepatite B, anti-HIV, hepatite C e beta HCG. Apesar de irmos ao Ministério Público prestar depoimento, o processo continua parado até hoje.
[8] A portaria interministerial 869, de 1992, proíbe o teste anti-HIV nos exames médicos admissionais, periódicos e demissionários.

Universitários brasileiros têm visão preconceituosa da Aids

Já faz quase três décadas que o vírus HIV foi descoberto, mas mesmo parcelas instruídas da sociedade brasileira ainda preservam idéias equivocadas sobre a Aids e pessoas soropositivas. Uma pesquisa feita com 503 estudantes universitários revela: 15% acreditam que crianças soropositivas não deveriam freqüentar a escola. E, quando perguntados se um patrão deve demitir uma pessoa que tem o vírus para proteger seus colegas de trabalho, 22% indicaram que sim. É importante lembrar que o convívio social com pessoas soropositivas não coloca ninguém em risco de se infectar pelo HIV e o direito à educação e ao trabalho devem ser assegurados. Os percentuais parecem baixos, mas o fato de os participantes serem universitários indica que algumas questões acerca da Aids deveriam ser mais difundidas, alerta Tânia Renata Alves Ribeiro. Ela é autora da pesquisa “Opiniões e preconceitos em relação a pessoas HIV+ entre jovens universitários”, feita sob a orientação da professora Eliane Maria Fleury Seidl, do Instituto de Psicologia (IP) da Universidade de Brasília (UnB). O estudo foi realizado dentro do Projeto Afroatitude. O levantamento contou com a participação de estudantes de uma instituição de ensino superior de Brasília (DF), e mostra que os universitários parecem conservar os mesmos preconceitos que o restante da população em relação à Aids.
O estudo é parte de uma pesquisa maior sobre representações sociais e práticas preventivas às DST/Aids em jovens universitários. A falta de informação pode levar a uma conduta preconceituosa, afirma a professora Eliane Seidl. A situação torna-se ainda mais preocupante em outros dois pontos da pesquisa. Diante da frase "mulheres portadoras do HIV deveriam evitar filhos", 30% dos universitários concordaram com essa afirmativa.
Segundo o Ministério da Saúde, o risco de transmissão do vírus HIV da mulher gestante para o bebê é da ordem de 1%, nos casos em que medidas preventivas da transmissão vertical do vírus são adotadas. Se a mulher tem acesso e segue o protocolo com as ações preventivas recomendadas, a chance do vírus ser transmitido é muito baixa.
Dos entrevistados, 39% acham que o portador do vírus é responsável por sua condição de saúde. A atribuição de culpa pela infecção do HIV valoriza aspectos pessoais e desconsidera questões socioeconômicas, por exemplo, que também influenciam na vulnerabilidade à infecção pelo vírus da Aids. Muitas pessoas não têm acesso à informação sobre sexo seguro e, quando têm, muitas vezes falta dinheiro para se proteger.
Fonte: Jornal do Brasil

MENSAGEM DAS IGREJAS

1. A pandemia do HIV e da AIDS nos convoca as todas e todos, tanto individualmente como comunidades de fé, a iniciar uma peregrinação no sentido de objetivos visíveis e invisíveis. Convoca-nos a romper silêncios, despojar-nos de temores, abandonarmos cumplicidades e prejuízos que produzem estigma e marginação para avançar pelos caminhos da solidariedade e da justiça e fazer a missão de fazer visível o amor incondicional de Deus.

2. Como comunidades religiosas e pessoas com compromissos de fé, têm consciência da influencia que a nossa voz, testemunho e exemplo têm sobre a população em geral. Queremos que esta liderança se transforme em uma ferramenta que permita superar os obstáculos que dificultam alcançar os objetivos que esta crise mundial tem colocado como meta final de nossas palavras e ações. Para alcançar estes objetivos sabemos que necessitamos da colaboração de todos nos.

3. Este espaço de reconhecimento e liderança que nos outorga a sociedade na qual vivemos implica responsabilidade. Fazemos nossas as afirmações da Declaração Política da Sessão Especial da Assembléia Geral das Nações Unidas sobre a AIDS, aprovadas em 2006 quando afirma "Estamos convencidos de que sem uma vontade política renovada, uma liderança enérgica e um compromisso contínuo e coordenado de todos os interessados, dos diferentes níveis, incluídos as pessoas que vivem com o HIV, a sociedade civil e os grupos vulneráveis, e sem um aumento dos recursos, o mundo não conseguirá por fim a pandemia"[1]

4. Este compromisso nos leva a evitar toda ação que pretenda ser meramente oportunista circunstancial e sem planificação. Estamos convencidas e convencidas da necessidade de ter uma clara vontade de envolver-nos em todos os aspectos que esta pandemia tem colocado de manifesto. Esta mensagem e compromisso expressam nossa vontade de romper silêncios e curar os estigmas que nossa ignorância e prejuízos têm produzido e renovar nossa hermenêutica teológica e confessional para transformar nossa ação educativa, de prevenção, de promoção de direitos e de acompanhamento e cuidado na crise da pandemia do HIV. Esta vontade renovada de solidariedade e comunhão nos chama a sermos responsáveis no cumprimento de nossas promessas e cooperar no logro dos compromissos que nossos governos e a nossa sociedade tem assumido no ano 2001 e 2006 no marco das Nações Unidas. Uma crise mundial exige uma resposta mundial.

5. Esta renovada visão do nosso lugar no contexto da pandemia do HIV e AIDS, e de nossa vontade de abrir-nos e responder aos desafios que ela suscita, necessita de uma liderança enérgica e valente que possa fundamentar e sustentar seu compromisso neste processo de longa duração. Esta liderança, tanto de instituições, programas e pessoas espera uma presença criativa que possa construir ações que levem a uma sã e generosa resposta e a uma toma de consciência dos obstáculos que devemos vencer nesta peregrinação para alcançar os objetivos propostos.

6. Sabemos que a sós não poderemos alcançar estas metas e por isso nossa liderança deve integrar-se na resposta global a pandemia. É importante assumir em consciência que queremos ser parte constante, integral, democrática das ações propostas.

7. Os dados que nos brindam as estatísticas clamam aos céus por uma rápida e honesta coordenação de esforços e renovada vontade de ação. "A pandemia alcançou níveis sem precedentes em 2006, quando 4.3 milhões de pessoas adquiriram o HIV, más que em qualquer ano prévio"[2] Estas cifras que no são somente números mas são pessoas, amigos e amigas, parentes e de companheiras e companheiros de vida e de trabalho. Estas estatísticas nos urgem a assumir uma liderança que se comprometa criativamente e abra sua mente e seus corações para coordenar esforços nos diferentes níveis de nossas instituições, programas e diálogo entre elas e as diversas redes das quais formamos parte. O tema do HIV e a AIDS deve constituir-se em uma ação transversal a toda nossa vida comunitária e pessoal.

8. É por isto, que como lideres que buscamos deter a AIDS e cumprir com os nossos compromissos, queremos tomar como eixo da nossa ação chegar a cumprir para o ano 2010 a meta do acesso universal aos tratamentos que asseguram qualidade de vida as pessoas que vivem com HIV ou com AIDS na América Latina e o Caribe.

9. A Organização Mundial da Saúde estima que um terço da população mundial, isto é, 2.000 milhões de pessoas não têm acesso regular a medicamentos essenciais de qualidade. Embora a disponibilidade de medicamentos não seja o único aspecto do acesso a uma atenção sanitária de qualidade, queremos assumir o compromisso de transformar essa realidade. Como pessoas e comunidades de fé assegurar a qualidade de vida e saúde de cada um dos habitantes de nosso continente é parte integral de nossa confissão de fé.
10 Sabemos muito bem que a dimensão do problema de falta de acesso aos medicamentos essenciais transcende o âmbito do sistema de saúde, e que supõe também obstáculos sociais, econômicos e éticos. É por isso que queremos comprometer-nos a parar a AIDS e cumprir nosso compromisso de fé em unir nossos esforços entre todas as comunidades religiosas, seus líderes e a generosa cooperação com as organizações da sociedade civil e governamental. Esta crise mundial exige uma resposta coordenada e de amplia cooperação. Se em algum momento temos sido parte do problema, hoje pedimos perdão e afirmamos que queremos ser parte da solução junto com as redes de pessoas que vivem com HIV ou AIDS e com toda a gama de organizações e pessoas que estarão trabalhando para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio e os estabelecidos pela Declaração de Compromisso das Nações Unidas de 2001 e 2006.
11. Juntos querem gerar, com a nossa liderança religiosa e social, consciência sobre o HIV e expressar solidariedade global para superar os desafios que a prevenção do HIV, acompanhamento e cuidado das pessoas que vivem ou convivem com o vírus e todos os grupos em situação de vulnerabilidade ao HIV. Sabemos que os preços dos medicamentos não são accessíveis para as pessoas que mais os necessitam em nossos países em desenvolvimento. Como líderes assumem o compromisso de clamar por uma equidade de preços que se fundamentem no principio que os países pobres deveriam pagar menos pelos medicamentos essenciais e ter acesso a eles para poder garantir a cobertura efetiva, pública e gratuita do cuidado da saúde como um direito de todos os habitantes de nosso continente. Esta é uma opção que faz a essência da nossa liderança religiosa.
12. Afirmamos que a atenção à saúde é um direito essencial e implica que sua cobertura não deve responder a mecanismos mercantis nem depender dos ingressos das pessoas. Este direito é reconhecido pela legislação de todos os países da América Latina e aplicado com diversa intensidade pelos diferentes governos. Os logros alcançados até este momento no acesso universal a atenção da saúde e dos medicamentos anti-retrovirais, tem sido o resultado da incansável e permanente tarefa das organizações da sociedade civil e das redes de pessoas com HIV ou com AIDS que tem logrado e vigiam pelo seu efetivo cumprimento.
13 Temos clara consciência que nossas vozes, juntas podem ter um maior efeito e uma maior eficácia. Por isto queremos unir nossas vozes às outras vozes que pedem que nossos governos, nossas sociedades e nossas comunidades de fé cumpram com seus compromissos. A melhor prevenção da epidemia é assegurar que nenhuma pessoa que viva com HIV ou AIDS possa ser excluída por nenhuma razão do tratamento com anti-retrovirais e acesso a educação, atenção e apoio relacionado com a epidemia digna do ser humano.
14. Já é tempo de assumir uma liderança visível, ativa e sustentável das nossas comunidades de fé e dos nossos representantes. É por isto que em nossas comunhões de fé quando existe um conflito de interesses entre os direitos da propriedade intelectual, que possam limitar o acesso a medicamentos essenciais, e o direito a qualidade de vida das pessoas que vivem com HIV ou AIDS, nossa opção esta claramente do lado das pessoas antes que do lado da indústria farmacêutica.
15. É por isto, e assumindo nossa responsabilidade de uma liderança comprometida em fazer do HIV e da AIDS um elemento transversal em todas nossas ações, empreendimentos e propostas, solicitam que todo acordo bilateral regional ou multilateral não pode dispor medidas que vão além do que estabelecem os Acordos Internacionais da Organização Mundial de Comercio, porque isto seria um perigo muito real e concreto a nosso compromisso de lograr o acesso universal aos medicamentos anti-retrovirais proposto para o ano 2010.
16. Confessamos que os nossos esforços por prevenir, educar, assistir e cuidar no contexto da pandemia do HIV e da AIDS não estão logrando seus objetivos. Esta constatação não nos pode paralisar, deve ser um incentivo para fortalecer nossa liderança e responsabilidade e unir nossas ações e incrementar nossos esforços.
17. Confessamos que a razão principal desse não cumprimento se deve a debilidade da nossa liderança como organizações de fé, debilidade de nossos líderes políticos e debilidade da liderança a todos os níveis. Sendo assim queremos comprometer-nos em assumir um protagonismo que se distinga por sua inovação, visão e ação e que possamos ser exemplo pessoal e comunitário que brinde esperança, como expressão visível do amor de Deus para com todas e todos e junto às pessoas e organizações poder superar os obstáculos que ainda temos que vencer.
18. É por isto que como líderes das comunidades de fé na América Latina e o Caribe, das organizações da sociedade civil e das redes de pessoas que vivem com HIV ou com AIDS, assumimos nesta data o compromisso de ser modelo para que ninguém por nenhuma razão ou motivação, fique excluído ao acesso a informação, a prevenção, a educação, e ao exercício pleno de seus direitos de cidadão, e o acesso à atenção e o cuidado relacionado com o HIV e a AIDS. Também nos comprometemos em lograr que para o 2010 todas as pessoas que vivem com HIV e AIDS tenham plena inclusão e integração em nossas comunidades de fé, projetos, programas e ações.
Assumimos nossa liderança,
Assumimos a liderança em acabar com o HIV
Queremos parar a AIDS
Queremos cumprir nossas promessas.
Queremos que nossos governos cumpram suas promessas.
Dia Mundial da AIDS, 1º de dezembro 2007.
Adesões:
Acción Ecuménica-Venezuela
César Henríquez
Agrupación Menonita Latinoamericana de Comunicaciones - AMLAC"
AID FOR AIDS International
Enrique Chávez. Advocacy Director. New York
ASIVIDA (Centro de Apoyo y Referencia) Iglesia Evangélica Luterana de Colombia.
Lic. Rosa Elena Cortéz
Lic. Ana Isabel Mendivelso
Pastor Eduardo Martinez
Asociación Atlacatl Vivo Positivo - El Salvador
ASOCIACIÓN "PABLO BESSON" Centro de Desarrollo e Información Social. Buenos Aires. Argentina
Malena Manzato
Asociación Civil Espacios Sociales de Inclusión. Buenos Aires. Argentina
Alejandra Díaz Biglia

Asociación Cristiana Femenina. (YWCA)
ACF Mundial. World YWCA (Ginebra – Suiza)
ACF de Argentina (YWCA of Argentina)
ACF do Brasil (YWCA do Brasil)
Patrícia González. Secretária Geral Nacional
ACF de Chile (YWCA de Chile)
Claudia Oyarce G.. Presidenta ACF Valparaíso
ACF de Costa Rica. (YWCA of Costa Rica)
Xinia Brenes. Directora General
ACF de El Salvador. (YWCA of El Salvador)
Lic. y Master Elvira Portillo, El Salvador.
ACF Mexicana. (YWCA de la Republica Mexicana)
se adhiere al mensaje al igual que sus locales:
YWCA de Guadalaja
YWCA de Naucalpan
YWCA del Distrito Federal (Ciudad de México D.F.)
ACF de Perú. (YWCA of Perú)
Silvanna Ayaipoma. Secretaria General
ASOCIACION CRISTIANA DE JOVENES DE EL SALVADOR
CAREF. Comisión Apoyo al Refugiado. Servicio Ecuménico de Apoyo a Migrantes y Refugiados. Buenos Aires. Argentina
Lic. Gabriela Liguori
Casa de Luz Iglesia de la Comunidad Metropolitana (Monterrey, NL - México)
Rev. Fernando Frontan, pastor.
Carmiña Navia Velasco Cali – Colombia. Teóloga, Iglesia Católica
Católicas por el Derecho a Decidir, Buenos Aires.
Coca Trillini.
CEGLA (Cristianos Evangélicos Gays y Lesbianas de Argentina)
Marcelo Sáenz
Centro Cristiano de Reflexión y Diálogo-Cuba
Rev. Raimundo García Franco Director Ejecutivo.
Conferencia Episcopal de Guatemala. Sub. Comisión de VIH,
Hermana Dee Smith
Dra. Flor Idalia Muñoz
Dra. Conchita Reyes
Hermana Marilu Daoust
Lic. Rony Garcia
Comisión Unida de Educación Cristiana (CUEC) Buenos Aires. Argentina
Profesora Norma Falchetti
Comunidad Presbiteriana de Maracay. Aragua. Venezuela
Pastor Josué Gómez.
Centro Parroquial Ecuménico Rosa Blanca. (Lima. Perú)
Rev. David Limo
Coordinación Regional del Plan de Acción en vih y sida de la Federación Luterana Mundial "Compasión, Conversión, Asistencia"
Pastor Lisandro Orlov
CREAS, Centro Regional Ecuménico de Asesoría y Servicio. Argentina
Humberto Martín Shikiya
Diaconia en Brasil
Rev. Arnulfo Barbosa
Rev. Sérgio Andrade
Diaconía Cristiana en la Diversidad (ICM Uruguay)
Equipo Pastoral y Comisión Directiva
Ejercito de Salvación Sud América Este
Mayor Osvaldo Corazza
Ejército de Salvación. Santiago de Chile
Mayora Martha Magallanes/Morales, ELAMI,
ESPACIO DE MUJERES/CEASOL - Buenos Aires. Argentina
Blanca Garro - Cecilia Cubilla - Mabel Filippini
Federación Argentina de Iglesias Evangélicas.
Junta Directiva.
Foro de Género del Consejo Latinoamericano de Iglesias de Argentina.
Ana De Medio (Co-Coordinadora del Foro)
Viviana Pinto (Co- Coordinadora del Foro)
Fundación Comunicación Positiva. Bogotá – Colombia
David Morales Alba
Fundación DESCIDA Asistencia Médico-Psicológica y Legal en VIH/Sida
Lic. Noemí Perelman
Fundación Educación Popular en Salud (EPES) Chile.
Lic. Sonia Covarrubias
FUNDAÇÃO LUTERANA DE DIACONIA - Porto Alegre - Brasil
Pastor Silvio Schneider
FUMEC ALC (Federación Universal de Movimientos EstudiantilesCristianos en América Latina y el Caribe.
Rev. Dan González Ortega - Secretario Regional
Gracia Violeta Ross
Delegada Alterna por la región LAC en el PCB de ONUSIDA
Miembro de la Delegación de ONGs del Sur en la Junta del Fondo Global
Griselda Carmen Burgos Martínez.
Docente de Escuela de Modalidad Común y Docente de Escuela de Educación Básica de Adultos en Sierra Grande y Playas Doradas Provincia de Río Negro. Argentina.
Hna. Peggy Hennessey, M.M.
Iglesia Anabautista Menonita de Buenos Aires
Iglesia de la Comunidad Metropolitana de Nicaragua
Rev. Alberto Nájera
Igreja da Comunidade Metropolitana de Niterói, (Brasil)
Rev Gelson Piber
Iglesia Discípulos de Cristo. Argentina
Pastor Presidente Angel Peiró
Iglesia Evangélica Bautista de Constitución
Iglesia Evangélica del Río de la Plata (IERP)
Pastor Federico H. Schäfer
Pastor Juan Abelardo Schvindt (Buenos Aires. Argentina)
Iglesia Evangélica de Confesión Luterana en Cuba.
Rev. Ramón M. Benito Ebanks, Obispo presidente Iglesia Luterana Cubana
Rev. Dagoberto Herrera Roque, Obispo auxiliar Iglesia Luterana Cubana
Rev. Marielis Safonst Viamonte, Pastora presidenta Iglesia Luterana Cubana
Rev. Alexis Valdespino Hernández, Pastor presidente Iglesia Luterana Cubana
Rev. Roberto Jomarron Herrera, Profesor del Instituto de la Iglesia Luterana Cubana
María Elena Viart Ebanks, Presidenta de Sociedades Cristiana, Iglesia Luterana Cubana
Digna Marlenis Hernández Amador, Diaconisa Iglesia Luterana Cubana
José Andrés González Martínez, Profesor del Instituto de la Iglesia Luterana Cubana
Iglesia Evangélica Luterana en Magallanes. (Chile)
Pastor Luís Álvarez Figueroa
Iglesia Evangélica Luterana en Chile (IELCH)
Doctora Pastora Gloria Rojas
Iglesia Evangélica Luterana Unida en Argentina y Uruguay. (IELU)
Alan Eldrid, Pastor Presidente
Iglesia Evangélica Luterana Unida Secretaría de la Mujer (Argentina)
Iglesia Luterana en ChileObispo Rolando Holtz
Iglesia Luterana Costarricense
Pastora Katarina Hedqvist
Pastor Magnus Leonardo Hedqvist
Lic. Miguel Antonio Rojas Campbell
Pastor Presidente Melvin Jimenez
Iglesia Luterana Guatemalteca ILUGUA
Pastor José Pilar
Iglesia Luterana Evangélica Peruana (ILEP)
Rev. Pedro Bullón Moreano. Pastor Presidente
Iglesia Luterana de Valencia IELV.- Acción Ecuménica – Venezuela
Rev. Gerardo A Hands C.
Iglesia Evangélica Menonita de Trenque Lauquen (Argentina)
Pastor Guillermo C. Font
Iglesias Reformadas en Argentina.
Pastor Roberto H. Jordan, presidente
Iglesia Reformada en Mar del Plata
Rev. Gerardo Oberman
Instituto Evangélico Americano de la Congregación El Redentor de la Iglesia Evangélica Luterana Unida – Buenos Aires – Argentina
· Roberto O. Stein – Director General
Instituto para el Desarrollo Humano – Cochabamba. Bolivia,
Edgar Valdez
José Kowalska. Pastor de la Iglesia Evangélica Luterana de Barquisimeto, de la Iglesia Evangélica Luterana de Turén (en Turén) y de la Misión Luterana "San Gabriel" de la Iglesia Evangélica Luterana en Venezuela.
Pastor Dr.Lothar Carlos Hoch - Professor da Escola Superior de Teologia da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, São Leopldo/RS.
Luis Leiva Friedman, San José. Costa Rica.
Ministerio de Restauracion y consolacion HESED
Pastor Miguel Vargas-Machuca Toledo. Asambleas de Dios. Perú
Misión Luterana de Santiago Centro. (Iglesia Luterana en Chile)
Pastor Juan Wehrli Romo
Movimiento Ecumênico de Derechos Humanos
Pastor Arturo Blatezky
PAADI. Programa de Apoio à Açao Diaconal das Igrejas. Brasil
Rev. Sérgio Andrade
Padre Alberto Faraoini. Salesiano de Don Bosco. Argentina.
PADRES, FAMILIARES, AMIGOS DE LESBIANAS Y GAYS, Buenos Aires, Argentina.
Irma Fischer
Pastoral Ecuménica VIH-SIDA. Buenos Aires. Argentina
Lic. Lucas Veira
Marta Susana Benítez
Silvia Meynet
Lic. Tomás Peris
Pastoral Ecuménica-Maracay-Venezuela
Ángel Pacheco
Pastoral Ecuménica de Acompañamiento A Personas Viviendo Con VIH/SIDA.Carmen Molina
Pastoral Juvenil de la Iglesia Luterana de Nicaragua "Fe y Esperanza"
Mario Cesar Leiva. Técnico del proyecto de VIH y sida
Programa de Incidencia sobre Deuda Externa Ilegítima - Federación Luterana Mundial
Pastor Ángel Furlan.
Proyecto Vida - Venezuela
Esther López
Red Centroamericana de Personas que Viven con VIH-Sida - REDCA+
Lic. Sergio Montealegre
Red Latinoamericana de Personas que Viven con Vih o con Sida - RedLa+
Oswaldo Rada. Secretario Regional. Colombia
Red Colombiana de Personas Viviendo con vih o con sida – RECOLVIH Bogotá – Colombia
Javier Leonardo varón
Red Crearte
Rev. Gerardo Oberman
Red Ecuménica de Teólogas Región Santa Cruz. Bolivia
Alcira Agreda
Red Uruguaya de Personas que Viven con VIH o SIDA. REDLA+
Laura Perez Ottonello
Templo Mishkan - Argentina
Rabino Baruj Miller
Lic. Sergio Montealegre . Activista Latinoamericano en VIH-Sida. (El Salvador)
Rev. Juan Gattinoni Secretario Regional Consejo Latinoamericano de Iglesias.
(CLAI) Río de la Plata
Rev. Livan Echazabal. Hogar San Esteban. Iglesia Anglicana en el Uruguay.
Virginia Iváñez. Miembra del Consejo de la Federación Luterana Mundial. Venezuela.
Wenceslao Maldonado, Docente (Buenos Aires. Argentina)